quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Comer, Orar, Amar - Elizabeth Gilbert

                       

Iniciei com alguma relutância a leitura deste livro... Soava-me a mais um livro de auto-ajuda que, geralmente não consigo ler de forma linear e até ao fim... Aborreço-me mesmo com esse tipo de livros.
      Felizmente avancei e o que encontrei foi, afinal, um relato, em tom coloquial,  muito irreverente, divertido até, da viagem espiritual de uma mulher que, como tantos de nós,  necessitava, essencialmente, de se descobrir, de empreender uma viagem à sua própria alma em busca de libertação e equilíbrio.
      A escrita de Gilbert envolve-nos de tal forma que, por momentos, idealizamos a possibilidade de ousar partir numa viagem idêntica, com o único propósito de encontrar a Felicidade!
      Gostei particularmente da meditação sugerida pelo curandeiro balinês que consiste em "Sorrir com o rosto, sorrir com a mente, e a boa energia vem ter connosco para limpar a má energia. Sorrir até com o fígado.(...) Podes convocar a boa energia com um sorriso."

       «A busca de contentamento não é apenas um acto de preservação pessoal que beneficia quem o pratica, mas também uma generosa dádiva para o mundo»
      «Aprender a disciplinar o nosso discurso é uma forma de evitar desperdiçar as nossas energias através da boca, deixando-nos esgotados e enchendo o mundo de palavras, palavras e mais palavras, em vez de serenidade, paz e bem-estar.»
            Comer, Orar, Amar, Elizabeth Gilbert (excertos)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ser mãe... é ter visão Raio-X!


      «Ser mãe dá-nos um tipo de visão singular, um prisma através do qual conseguimos ver um filho com muitos rostos ao mesmo tempo. É por isso que podemos vê-lo a partir de um candeeiro de loiça, e lembramo-nos dele como um anjo. Ou abraçá-lo quando chora, mas imaginar o seu sorriso. Ou vê-lo dirigir-se a nós, do tamanho de um homem, e ver a pele cheia de covinhas de um bebé.»                 
                Jodi Picoult, in O Pacto 

        Não podia estar mais de acordo com esta descrição de Jodi Picoult.
        Ser mãe confere-nos um estatuto muito especial... conseguimos ver o invisível, sentir muito além do palpável... Percebemos se aquele choro é um pedido, uma birra ou uma dor... reconhecemo-lo, inclusive, no meio da multidão! Sabemos quando um filho tem febre antes mesmo de lhe tocarmos ou de medirmos com o termómetro... compreendemos naquele olhar uma preocupação, um sofrimento, um palpitar de alegria...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Coragem de Uma Mãe

Esta é uma história verdadeira. Marie-Laure Picat não conseguiu vencer o cancro mas em contrapartida saiu vitoriosa da batalha judicial que travou no último ano de vida.
Quando ouvi falar deste livro pela primeira vez fiquei logo bastante curiosa em saber como é que os quatro filhos de Marie-Laure lidaram com a doença da mãe. Mas quando comecei a ler “A Coragem de uma Mãe” surpreendi-me bastante com esta mulher que nunca escondeu a sua doença dos filhos e tudo fez para os deixar o melhor possível, junto de uma família de acolhimento da sua confiançaEm 2008 Marie-Laure descobre que tem um cancro no fígado. Tentando todos os tratamentos possíveis acaba por constatar-se que o cancro não só não regrediu como criou metástases noutros órgãos do seu corpo, incluindo os seus ossos. Enfrentando corajosamente esta última etapa da sua vida, Marie-Laure decide pôr a par de tudo os seus filhotes de modo a prepará-los para o seu futuro.
Os médicos dão-lhe escassos meses de vida e, como o homem com quem casou e pai dos seus filhos não quer saber deles, Marie-Laure decide escolher uma família que possa cuidar dos quatro filhos e fazê-los feliz, dando-lhes uma educação exemplar. Para isso teve de ir contra as leis de França que não permitiam que fossem os pais a escolher a família dos seus filhos. Mas saiu vitoriosa.
Para esse sucesso contribuíram, em muito, os órgãos de comunicação social franceses que prontificaram-se, desde logo, a contar a história desta jovem mãe, na luta pelo bem-estar das suas crias. A comunicação social permitiu que Marie-Laure conseguisse satisfazer alguns dos sonhos dos seus filhos: ir à Eurodisney, conhecer Paris e, apesar de já bastante debilitada, esta mãe tudo fez para ver os seus filhos felizes.
Depois de contar toda a sua história aos media, Marie-Laure decide contar tudo em livro para que os seus filhos, um dia mais tarde, soubesse a história da sua vida. Desde que em criança a sua mãe fugiu de casa deixando-a ao cuidado do pai e da avó, assim como aos seus dois irmãos, o abuso que sofreu por parte do pai, a pobreza que era a sua vida. Esta é a história de uma mulher sofrida desde muito nova e que mesmo assim irradiava felicidade quando estava na companhia dos seus filhos. Uma história que se lê de um só fôlego e bastante enternecedora.